O Hamas anunciou, nesta quarta-feira (8), que forneceu uma lista com nomes de israelenses e de prisioneiros palestinos previstos para serem soltos em eventual acordo de troca.
A organização expressou confiança nas negociações conduzidas no Egito sobre o plano proposto por Donald Trump para pôr fim ao conflito em Gaza.
Troca de listas e reaproximação diplomática
O movimento palestino comunicou que já fazia o intercâmbio das listas — ou seja, apresentou os nomes dos reféns israelenses e dos detentos árabes que poderiam ser libertados mediante o acordo. Segundo comunicado do Hamas, as tratativas ocorrem com participação de autoridades políticas e ligadas à inteligência internacional. Os encontros em Sharm el-Sheikh — cidade turística no Egito — têm como foco definir os mecanismos da troca e a retirada das tropas israelenses
Ponto de tensão: o desarmamento do Hamas
Uma das principais barreiras nas negociações é a exigência, por parte de interlocutores externos, de que o Hamas aceite desarmar-se. Até agora, o grupo não demonstrou disposição para abrir mão de seu aparato militar nas conversas diplomáticas, de acordo com fontes próximas às negociações. Adicionalmente, não houve consenso sobre o calendário de implementação da primeira fase do plano de 20 pontos idealizado por Trump. As partes ainda discutem quando iniciar os passos concretos desse roteiro.
Estados Unidos e otimismo cauteloso
Na véspera do aniversário de dois anos do ataque do Hamas que desencadeou a guerra, Trump manifestou otimismo quanto ao progresso dos diálogos no Egito. Uma equipe dos EUA, liderada pelo enviado especial Steve Witkoff e pelo ex-conselheiro Jared Kushner, está diretamente envolvida nas negociações, com objetivo de acelerar a convergência das partes. No entanto, autoridades de Israel, Hamas e países mediadores têm pedido prudência diante da complexidade das cláusulas em disputa.
Participantes e mediação internacional
Além dos delegados palestinos e israelenses, o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer — conselheiro próximo de Netanyahu — deve participar das conversações à tarde. Outro ator importante será o Catar, cujo primeiro-ministro Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani ocupa papel de mediador tradicional no conflito. A Turquia terá participação por meio de Ibrahim Kalin, chefe da inteligência turca, o que indica um envolvimento diplomático mais amplo. Kalin consultou autoridades americanas, egípcias e representantes do Hamas para alinhar os termos da mediação. Cada país mediador tenta equilibrar interesses regionais e humanitários para viabilizar o avanço negociado.
Font (Referência das Informações): SBT News, Reuters, The Guardian.
