O plano do Donald Trump para a Faixa de Gaza foi aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas sem nenhum voto contrário, embora China e Rússia tenham optado pela abstenção.
A aprovação representa uma conquista diplomática significativa para os Estados Unidos e abre caminho para a implementação de um mecanismo internacional de governança e estabilização de Gaza.
No voto, 13 países apoiaram e nenhum se opôs
O texto submetido obteve 13 votos favoráveis e nenhuma rejeição formal, ao passo que China e Rússia se abstiveram. A ausência de vetos entre os cinco membros permanentes do Conselho revela um raro consenso institucional. Todavia, a abstenção de Moscou e Pequim sinaliza resistência diplomática à iniciativa norte-americana.
Estabelecimento de autoridade transitória e força internacional
A resolução autoriza a criação de uma força internacional de estabilização em Gaza e de uma autoridade de transição que supervisionará a reconstrução e a desmilitarização da região. Além disso, um órgão chamado “Board of Peace” será instalado para coordenar o processo, sob influência dos EUA. Contudo, muitos detalhes operacionais permanecem imprecisos.
Reações variadas entre Israel, Hamas e países árabes
Hamas rejeitou o plano, afirmando que ele corresponde a “um mecanismo de tutela internacional” imposto ao território. Por outro lado, Israel acolheu parcialmente a medida por entender que fortalece a sua segurança, apesar de manter posição contrária à criação de um Estado palestino imediato. Países árabes aceitaram apoiar a iniciativa mediante inclusão de referências à futura autodeterminação palestina.
Abstenção da China e da Rússia: críticas e desconfiança
China e Rússia justificaram sua abstenção ao afirmar que o documento carece de clareza sobre governança palestina e limita o papel tradicional da ONU no processo. A diplomacia russa chegou a dizer que o texto podia fomentar a separação entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Assim, o apoio formal não se traduziu em adesão total ao projeto.
Caminho para a autodeterminação palestina permanece incerto
A resolução menciona que “as condições poderão finalmente estar em lugar para uma credível via à autodeterminação e ao Estado palestino”, somente após reformas da autoridade palestina e avanços da reconstrução. No entanto, o texto não fixa prazos nem garante a implementação integral desse objetivo, o que gerou críticas de analistas e atores regionais.
Desafios à frente: implementação e compromisso internacional
Apesar da aprovação, a execução do plano enfrenta diversos obstáculos: a composição da força internacional ainda não está definida, o papel do “Board of Peace” permanece vago e a participação de países-árabes depende de garantias jurídicas e operacionais. A complexidade do contexto de Gaza torna o desafio de transformar o projeto em resultados concretos bastante elevado.
Fontes (Referência): The Guardian, Whashington Post, Reuters e Al Jazeera.

