baluartv.com.br | Puxado pelos Correios, rombo de estatais está em R$ 6,35 bilhões e chega perto de recorde histórico

Puxado pelos Correios, rombo de estatais está em R$ 6,35 bilhões e chega perto de recorde histórico

O déficit acumulado das empresas estatais federais alcançou R$ 6,35 bilhões até outubro de 2025, estimulando preocupação com o equilíbrio fiscal.

O pior resultado é puxado principalmente pelo mau desempenho da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios), cujo rombo força o governo a rever prioridades orçamentárias. A magnitude desse prejuízo aproxima-se do recorde histórico negativo das estatais e acende alertas sobre o impacto nas contas públicas.

Como o cálculo foi feito e quais empresas entram no balanço

O valor negativo considera o conjunto de estatais federais — exceto empresas como Petrobras, Eletrobras e instituições do setor financeiro — conforme metodologia do Banco Central do Brasil (BC). Entre as entidades computadas estão Correios, Infraero, Casa da Moeda, Dataprev, Serpro, Emgepron, Hemobrás e outras estatais menores. A métrica leva em conta a variação da dívida dessas empresas, um padrão adotado em análises fiscais internacionais.

Deterioração abrupta — Correios como principal responsável

A crise dos Correios é o motor principal do déficit. A estatal acumulou prejuízos repetidos nos últimos trimestres sob a atual gestão, comprometendo fortemente o conjunto das empresas públicas. Segundo dados recentes levantados por analistas, o rombo dos Correios fez com que o governo tivesse de realocar verbas: cerca de R$ 3 bilhões foram bloqueados no orçamento para tentar compensar o impacto. Sem uma reviravolta, a crise poderá se agravar ainda mais até o final do ano.

Consequências para o orçamento e contas da União

Com o déficit elevado nas estatais, o governo precisou adotar medidas de ajuste, remanejando recursos e reajustando metas fiscais — numa tentativa de evitar ultrapassar o limite de déficit primário. O rombo pressiona o Orçamento, reduzindo a margem para investimentos em áreas prioritárias, como saúde e infraestrutura, e limita a capacidade de responder a choques econômicos ou crises inesperadas. Analistas afirmam que, se não houver correção drástica, o desequilíbrio poderá comprometer o controle fiscal no próximo ano.

Discussão reacende debate sobre papel e viabilidade das estatais

O cenário adverso revive críticas à manutenção de estatais consideradas deficitárias — especialmente quando se questiona sua eficiência e relevância social. Alguns especialistas apontam que investimentos públicos em empresas com histórico de perda podem não se justificar, sobretudo se a gestão continuar deficitária. Por outro lado, há quem defenda que algumas entidades ainda exercem funções estratégicas e que a solução deve passar por melhores controles, governança e eventualmente privatizações seletivas.

Riscos para 2026 e necessidade de reestruturação urgente

Sem ajustes profundos, a tendência é de que o déficit continue crescendo — sobretudo se a demanda por serviços públicos não se recuperar ou se os custos operacionais se mantiverem elevados. A persistência do rombo pode comprometer salários, investimentos e programas sociais, além de aumentar a dependência do Tesouro. Especialistas alertam que, para evitar um agravamento da crise, será necessário coragem política para implementar reestruturações, cortando custos, revisando contratos e promovendo mais transparência nas estatais.

Fonte (Referência): G1 – https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/11/28/puxado-pelos-correios-rombo-das-empresas-estatais-federais-soma-r-635-bilhoes-ate-outubro-e-se-aproxima-de-recorde-historico.ghtml

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