A empresa britânica BHP recebeu nesta sexta-feira (14) uma decisão parcial desfavorável na corte inglesa, em processo que envolve mais de 620 mil credores após o desastre da barragem em Mariana, Minas Gerais.
A ação — considerada a maior tragédia socioambiental do Brasil — reclama cerca de R$ 250 bilhões em indenizações de pessoas físicas, comunidades, municípios e entidades religiosas.
Contexto histórico do rompimento da barragem
Em novembro de 2015, a barragem de Fundão, pertencente à Samarco, rompeu e fez com que milhões de metros cúbicos de rejeitos atingissem a bacia do rio Doce. O colapso resultou em centenas de vítimas, devastação ambiental e graves prejuízos econômicos. Além disso, deixou marcas profundas nas comunidades que viviam próximas ao local.
Detalhes da ação coletiva na Inglaterra
A demanda está sendo julgada no Tribunal de Justiça da Inglaterra e País de Gales, onde os credores se organizaram para buscar reparações da BHP. O processo engloba cerca de 620 mil autores, incluindo membros de igrejas, empresas e municípios que afirmam ter sofrido dano direto ou indireto. Os valores reivindicados superam R$ 250 bilhões.
Decisão parcial e implicações para a BHP
A corte decidiu reconhecer parcialmente a responsabilidade da BHP, abrindo caminho para que o caso prossiga para etapas seguintes. No entanto, a condenação ainda não abrange a totalidade das reivindicações e não define valores finais. Com isso, a empresa enfrenta pressão jurídica e de imagem, bem como risco de novas ações.
Impacto sobre as comunidades e o meio ambiente
Para as populações afetadas, a sentença é um passo significativo, porém insuficiente para sanar todos os danos. A devastação da bacia do rio Doce, os prejuízos à pesca, à agricultura e ao turismo continuam, e o processo precisa avançar para que haja reparação efetiva. Ademais, o meio ambiente segue vulnerável à contaminação e à erosão.
Aspectos jurídicos e próximos passos
Defesas da BHP já afirmaram que vão recorrer da decisão, enquanto os advogados das vítimas esperam eficiência no cumprimento das determinações judiciais. O julgamento segue aberto para definição de valores e execução das reparações, com novos despachos aguardados para 2026. Assim, o caso permanece sob observação internacional.
Repercussão internacional e lições futuras
O caso repercute globalmente, pois reafirma responsabilidades de empresas transnacionais por danos ambientais. Ele também reforça a necessidade de regulações mais rigorosas e vigilância constante em barragens. Além disso, serve como alerta para governanças corporativas assumirem compromisso com a segurança e o meio ambiente.
Fonte (Referência): G1 – g1.globo.com – https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/11/14/bhp-acionista-da-samarco-e-parcialmente-condenada-pela-justica-inglesa-em-processo-sobre-rompimento-de-barragem-em-mariana.ghtml

