baluartv.com.br | Derrota do governo: oposição emplaca presidência e relatoria da CPMI do INSS

Derrota do governo: oposição emplaca presidência e relatoria da CPMI do INSS

Comando da CPMI nas mãos da oposição

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada para investigar fraudes que desviaram bilhões de reais de aposentados e pensionistas do INSS teve como principais cargos assumidos por parlamentares da oposição. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da comissão com 17 votos contra 14, derrotando o nome articulado pelo governo, Omar Aziz (PSD-AM). Em seguida, Viana indicou como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), da ala bolsonarista, rompendo com o acordo inicial firmado pelos líderes governistas, que haviam sugerido Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para o cargo.

Marco simbólico e estratégico para os opositores

A vitória representa uma derrota simbólica para o Planalto, pois impõe à oposição o controle sobre a condução dos trabalhos da CPMI. Esse comando pode transformar a comissão em palco de debates políticos intensos, semelhante ao que ocorreu com a CPI da Covid. Parlamentares da oposição celebraram o resultado como um avanço para uma investigação mais incisiva: o deputado Zucco (PL-RS) afirmou que isso evitará que a apuração termine em “pizza”.

Meia-culpa governista e controle ainda possível

Após a derrota, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), minimizou o revés e se comprometeu a reorganizar a base aliada, reconhecendo falhas na articulação: “o time entrou de salto alto, subestimou o adversário. O primeiro a assumir a responsabilidade e a culpa sou eu”, declarou. Apesar da oposição controlar a mesa diretora da CPMI, o governo mantém maioria nos membros e afirma que não permitirá que a comissão se torne um palanque político.

Contexto da fraude no INSS em investigação

A CPMI foi criada para apurar o esquema de fraudes conhecido como “Farra do INSS”, no qual parcelas irregulares foram descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A estimativa aponta prejuízos de cerca de R$ 6,3 bilhões, afetando milhões de segurados. A operação “Sem Desconto”, da Polícia Federal, foi o gatilho da investigação.

Implicações políticas e próximas etapas

Com a presidência da CPMI sob Carlos Viana e a relatoria com Alfredo Gaspar, a comissão terá 180 dias para convocar testemunhas, solicitar documentos e preparar seu relatório final, com possibilidade de pedidos de indiciamento e encaminhamento de investigações à Polícia Federal e ao Ministério Público. A derrota política é vista como um alerta para o governo, que agora precisa intensificar a articulação para evitar desgastes maiores.

Fontes das Informações: UOL Notícias, CNN Brasil, Agência Brasil e Gazeta do Povo.

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