baluartv.com.br | Indústria clandestina fornecia fuzis ao CV por meio de fábrica no interior paulista

Indústria clandestina fornecia fuzis ao CV por meio de fábrica no interior paulista

Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que uma quadrilha operava uma produção industrial de armamento no interior de São Paulo.

O grupo vinha fabricando fuzis em larga escala e projetando pistolas da marca Glock, para abastecer a facção Comando Vermelho, além de outras organizações criminosas. A estrutura funcionava sob a fachada de uma fábrica de peças aeronáuticas em Santa Bárbara d’Oeste.

Operação e uso de fachada industrial

A quadrilha utilizava a empresa Kondor Fly Parts Indústria e Comércio de Peças Aeronáuticas, no distrito industrial de Santa Bárbara d’Oeste, para dar cobertura à produção ilegal. Máquinas de usinagem de precisão, normalmente voltadas à indústria aeronáutica, eram empregadas para fabricar peças metálicas de armamentos.

Projetos digitais e produção técnica de armas

Relatórios da PF mostram que documentos digitais com nomenclaturas técnicas — como “RX-556” ou “MkB-Protótipo” — eram trocados por e-mail ou WhatsApp entre operários e projetistas. O trabalho envolvia programação de máquinas CNC e softwares como MasterCam e Autodesk Fusion 360.

Logística, insumos e fachada financeira

O grupo pagava aluguel mensal à fábrica e adquiria insumos metálicos por meio de empresas de fachada. Um dos investigados, Wendel dos Santos Bastos, coordenava a logística e recebia cerca de R$ 69 mil mensais. A movimentação financeira era fragmentada para dificultar rastreamento.

Destinação das armas e mercado ilegal interestadual

Os fuzis produzidos foram comercializados para intermediários em estados como Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Preços variavam entre R$ 8 000 e R$ 15 000 por unidade, conforme apurado pela PF. Parte considerável da produção abastecia o Comando Vermelho.

Prisões, foragidos e tramitação judicial

O proprietário da Kondor Fly, Gabriel Carvalho Belchior, está foragido e consta na lista de procurados da Interpol. Anderson Custódio Gomes e Janderson Aparecido Ribeiro de Azevedo permanecem presos preventivamente, conforme consta no processo que tramita na 1ª Vara Criminal de Americana.

Implicações para a Segurança Pública nacional

A magnitude da estrutura detectada evidencia que o crime organizado brasileiro já alcança níveis industriais de produção de armamento. Além disso, a articulação interestadual e o uso de tecnologia apontam para desafio nacional no combate às quadrilhas armamentistas.

Fonte (Referência das Informações): https://www.metropoles.com/sao-paulo/quadrilha-que-vendia-fuzis-para-o-cv-tambem-projetava-pistolas-glock

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