A maior ofensiva já registrada no estado do Rio de Janeiro contra a facção Comando Vermelho (CV) foi deflagrada nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, nos complexos da Zona Norte da capital.
Com cerca de 2 500 agentes mobilizados, a operação resultou até o momento em dezenas de mortos, dezenas de presos e o uso de táticas inéditas de confronto dentro das comunidades. É um divisor de águas no enfrentamento ao crime organizado no Brasil.
Mobilização recorde de forças de segurança
Segundo autoridades, cerca de 2 500 policiais civis, militares e de outros órgãos de segurança foram empenhados nesta ação especial nos bairros da Complexo do Alemão e da Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A operação, que ganhou escala e aparato nunca vistos, seguiu um planejamento de infiltração, bloqueios, avançada por vielas e pontos de alto risco.
Território de confrontos e vielas estreitas
As comunidades que abrigam a ofensiva são marcadas por vielas, acessos complicados, escadarias e passagens informais — fatores que, segundo especialistas, complicam a ação policial e oferecem vantagem para grupos criminosos. A escolha desses locais para o enfrentamento intensifica o risco para moradores, transeuntes e agentes.
O saldo parcial: mortos e presos
Até o fechamento desta edição, foram confirmados **64 mortos** e **81 presos** como resultado direto da operação. Em relatos anteriores, a cifra de mortos variava entre 52 e mais de 60. Os números continuam a subir à medida que as equipes avançam na operação.
Uso de tecnologia e drones pelos criminosos
Um dos elementos mais preocupantes da ofensiva criminosa foi o uso de drones para lançar explosivos e emboscar forças de segurança, segundo relatos preliminares. Esse tipo de tática coloca em xeque as estruturas tradicionais de patrulha das favelas e exige resposta adaptada por parte do Estado.
A facção reage e fortalece disputa territorial
Investigadores apontam que o CV vinha se reorganizando, ampliando seu poder bélico, incorporando armamentos mais pesados e explorando ligações interestaduais. O confronto deixa claro que o que se vê nas ruas hoje vai muito além de tráfico local: é a disputa por território, poder e controle das comunidades.
Impacto na população e riscos para civis
Para quem mora ou passa por essas áreas, a operação representa risco aumentadíssimo. O fechamento de rotas, a presença de blindados e helicópteros, as explosões e tiros contínuos transformaram o cotidiano de moradores em zona de guerra. Especialistas alertam para o fato de que muitos civis — crianças, idosos, trabalhadores — estão sendo impactados sem fazer parte da disputa.
Desafio para o Estado e para a segurança pública
A ação põe em evidência o enorme desafio para o Estado de assumir o controle destas áreas. Com um inimigo que se moderniza, os órgãos de segurança terão que adotar posturas igualmente inovadoras. Segundo o governo estadual, a operação marca “a maior já realizada” no Rio. Mas o canal para resultados efetivos passa não apenas por prisões e mortes, e sim por desmantelar estruturas, prevenir retornos e restaurar a presença estatal.
Para onde se olha agora: consequências e perguntas abertas
A pergunta que fica: e agora? Como serão tratados os presos, como será feita a ocupação pós-operação, e o que vai proteger a comunidade de um eventual vácuo de poder? A retoma territorial não se resume à remoção do adversário: exige reconstrução, apoio social e vigilância contínua. Os próximos dias podem definir se esta operação será um marco ou apenas mais um capítulo de combate sem fim.
Fonte: Metrópoles – “Detalhes da megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio, que deixou mortos e feridos” (acesso em 28/10/2025). Outras fontes complementares: ND Mais – “Maior operação da história do RJ contra o CV deixa ao menos 64 mortos e 81 presos”.

