baluartv.com.br | Ministro Alexandre de Moraes ordena que polícias do Rio preservem registros da megaoperação

Ministro Alexandre de Moraes ordena que polícias do Rio preservem registros da megaoperação

Em decisão publicada nesta segunda-feira (10/11), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que as polícias Civil e Militar do RJ mantenham intactas as imagens capturadas durante a megaoperação feita há poucos dias.

A ordem também abrange envio de laudos, materiais periciais e relatórios ao tribunal, com o objetivo de garantir transparência e integridade das provas no inquérito sobre o episódio. Mesmo assim, resta o desafio de implementação e o acompanhamento pela sociedade civil.

Medidas impostas à segurança pública fluminense

Na sequência da decisão, Moraes exigiu que a Polícia Militar e a Polícia Civil entreguem cópias dos vídeos das câmeras corporais dos agentes, bem como a lista das câmeras utilizadas e evidências fotográficas de autópsias e projéteis. Além disso, foi solicitado o encaminhamento de relatórios operacionais que apontaram a presença dos 51 réus alvos dos mandados de prisão — dados estes que devem manter sigilo conforme a determinação judicial. Trata-se de uma busca por maiores esclarecimentos sobre procedimento e letalidade policial.

Deveres atribuídos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ)

O ministro também estendeu a decisão ao TJRJ, requerendo a remessa de listas contendo mandados de prisão emitidos pela 42ª Vara Criminal, bem como os nomes das pessoas efetivamente presas durante a operação e sua situação processual. A corte ainda deverá fornecer os resultados de audiências de custódia e mandados de busca e apreensão efetivados. Com isso, pretende-se mapear o encaminhamento judicial de cada ação.

Papéis do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPE-RJ)

O MP-RJ e a DPE-RJ foram convocados a enviar laudos periciais, relatórios de inteligência e cópias de procedimentos investigatórios ao STF. A decisão abre caminho para que o tribunal tenha acesso direto à produção de provas, enquanto garante que as famílias das vítimas recebam acompanhamento. Entretanto, críticos apontam que a eficácia destas providências dependerá de fiscalização externa e cumprimento rigoroso dos prazos.

Contexto da ADPF 635 e implicações futuras

A ADPF 635, ajuizada em 2019, busca normatizar operações policiais em favelas e reduzir a alta letalidade no estado do Rio. Após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, a relatoria da ação passou temporariamente para Moraes. A decisão atual reforça o papel do STF na fiscalização de ações de segurança pública e pode alterar a dinâmica entre o judiciário, os órgãos de segurança e o governo estadual.

Fonte (Referência das Informações): Metrópoles – “Moraes decreta que polícias do Rio preservem imagens de megaoperação” – https://www.metropoles.com/brasil/moraes-decreta-que-policias-do-rio-preservem-imagens-de-megaoperacao

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