baluartv.com.br | Na China, nova lei proíbe influenciadores de falar sobre determinadas áreas: avanço ou retrocesso?

Na China, nova lei proíbe influenciadores de falar sobre determinadas áreas: avanço ou retrocesso?

O governo da China impôs recentemente uma regulamentação que exige que influenciadores digitais possuam formação técnica para abordarem certos temas nas redes sociais.

Áreas como medicina, direito, finanças e educação foram incluídas nas restrições, e a medida reabre o debate: isso protege o público ou cerceia a liberdade de expressão?

Qual é exatamente a nova regra chinesa?

De acordo com a normativa, criadores de conteúdo que tratem de temas de “alto nível técnico” precisarão comprovar qualificação profissional antes de publicarem ou transmitirem ao vivo. A ideia oficial do governo é “normalizar o comportamento profissional” nas plataformas digitais e evitar a disseminação de desinformação em áreas sensíveis.

Quais áreas são afetadas e por quê?

Entre os campos atingidos estão medicina, direito, educação e finanças — segundo o regulamento, influenciadores sem formação nessas áreas não têm autorização para debater ou transmitir conteúdos relacionados. A justificativa é que, justamente por sua complexidade técnica, essas áreas exigem conhecimento sólido e especialização para evitar que o público receba informações equivocadas ou inadequadas.

Quais são os argumentos que sustentam a medida?

A favor da norma, está o argumento de que a proliferação de “conteúdo técnico” por pessoas sem habilitação pode levar à confusão, diagnósticos errados e orientações jurídicas imprecisas. Principalmente em plataformas com grande alcance e pouco filtro. Com isso, o governo chinês afirma que regulações desse tipo podem garantir maior qualidade e segurança no ambiente online.

E os contrargumentos: seria um retrocesso?

Entretanto, críticos afirmam que a medida abre precedentes para cerceamento da liberdade de expressão e expansão do controle estatal sobre o discurso público. Uma das indagações centrais é: até que ponto o Estado deve decidir quem está apto a “falar” sobre determinados temas? Se a influência digital já é um dos vetores mais fortes de opinião pública, a exigência de certificação pode limitar vozes legítimas, mas não institucionalizadas. Além disso, questiona-se se essa regra visa realmente proteger os usuários ou reforçar mecanismos de controle sobre o que pode ou não ser debatido livremente.

O que isso significa para criadores de conteúdo e usuários?

Para os influenciadores na China, significa uma exigência adicional — ou formação comprovada ou silêncio em determinados temas. Para os usuários, pode traduzir-se tanto em menos ruído e mais confiabilidade, quanto em menos diversidade de vozes, relatos e pontos de vista. Em um ambiente digital globalizado, essa mudança provoca reflexões sobre modelos de regulação: é essa a evolução que se espera ou um sinal de que estamos regressando a uma era de discurso controlado?

Fonte (Referência das Informações): Metropoles

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