O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursa nesta sexta-feira na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O evento ocorre em meio a forte pressão internacional por um cessar-fogo em Gaza. A fala é aguardada com expectativa, já que poderá definir novos rumos diplomáticos e expor ainda mais o isolamento israelense diante das críticas globais.
Pressão internacional pelo cessar-fogo
A comunidade internacional aumentou significativamente a cobrança para que Israel interrompa os bombardeios em Gaza. Países como Estados Unidos, Catar e Egito tentaram mediar negociações, mas sem avanços concretos desde setembro. A União Europeia já cogita impor tarifas e sanções ao governo israelense, enquanto a ONU e organizações de direitos humanos classificam a escalada militar como insustentável. Esse contexto coloca Netanyahu no centro de um impasse diplomático que pode ter desdobramentos graves.
Rota de viagem e riscos jurídicos
Antes de chegar a Nova York, o premiê evitou sobrevoar países europeus signatários do Tribunal Penal Internacional. Netanyahu é alvo de um mandado de prisão por crimes de guerra, relacionados à ofensiva em Gaza. O risco de detenção forçou uma rota alternativa, passando apenas por Grécia e Itália. Nos Estados Unidos, ele não enfrenta esse perigo, já que o país não é membro do TPI. A manobra chamou atenção e aumentou o clima de tensão antes do discurso.
Gaza sob ataques intensos
Enquanto Netanyahu se prepara para discursar, a Cidade de Gaza permanece sob ofensiva militar. As Forças de Defesa de Israel descrevem a região como centro de comando do Hamas, justificando os bombardeios. Entretanto, milhares de civis foram atingidos, e o número de mortos já ultrapassa 65 mil, segundo estimativas de entidades internacionais. A continuidade dos ataques expõe Israel a crescentes acusações de desrespeito ao direito humanitário.
Questão palestina em evidência
Além da guerra em Gaza, os planos de expansão de assentamentos na Cisjordânia devem reforçar as críticas. A área é reivindicada pelos palestinos para a criação de um Estado, mas segue sob controle israelense. Embora a Palestina não seja reconhecida oficialmente por todos, mais de 70% dos países membros da ONU já a tratam como Estado independente. França, Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal aderiram recentemente a esse reconhecimento, defendendo a solução de dois Estados como saída para o impasse.
Repercussões políticas e diplomáticas
O discurso de Netanyahu pode determinar novos rumos para a diplomacia regional. Ele ocorrerá sob um ambiente de forte isolamento político, enquanto aliados históricos de Israel começam a rever suas posições. O encontro ainda será acompanhado de uma reunião com Donald Trump, prevista para a próxima semana. Essa agenda evidencia como o premiê pretende manter apoio em meio ao cerco internacional. A fala na ONU, no entanto, será decisiva para avaliar o futuro da relação de Israel com a comunidade global.
Fonte: SBT News

