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Singapura impõe punição corporal com vara de cana a golpistas para conter crimes cibernéticos

O governo de Singapura deu início, nesta segunda-feira (10), a uma nova e controversa política de endurecimento penal voltada ao combate de crimes cibernéticos.

A lei prevê punição física com vara de cana para pessoas condenadas por aplicar golpes digitais ou fraudes eletrônicas. A decisão, que surpreendeu observadores internacionais, é defendida pelas autoridades como parte de uma estratégia de dissuasão contra o aumento expressivo de fraudes financeiras no país. Contudo, organizações de direitos humanos classificaram a medida como retrógrada e cruel, reacendendo o debate sobre os limites da repressão estatal.

Como funciona a punição com vara de cana

De acordo com o novo regulamento, homens com menos de cinquenta anos condenados por crimes de estelionato digital podem ser submetidos a entre seis e vinte e quatro chibatadas. As varas, feitas de rattan, são tradicionalmente utilizadas em punições corporais desde o período colonial britânico. O castigo é aplicado por agentes treinados, sob supervisão médica, e acompanhado de protocolos que definem intensidade e frequência dos golpes. Embora o procedimento seja visto por parte da população como um método eficaz de punição, entidades internacionais apontam que a prática viola tratados internacionais de direitos humanos. Além disso, o uso da força física em condenações criminais é cada vez mais raro em sistemas jurídicos modernos.

Segundo as autoridades de Singapura, a decisão tem como objetivo frear o avanço de crimes digitais que têm causado prejuízos bilionários ao sistema bancário local. O governo afirma que o número de golpes virtuais aumentou em mais de 60% nos últimos dois anos, com destaque para fraudes que envolvem aplicativos e plataformas de investimento. Com isso, a nova legislação busca reforçar a percepção de risco entre criminosos e coibir a reincidência. Contudo, especialistas em direito penal argumentam que o efeito dissuasório da punição corporal é limitado. Afirmam ainda que a prevenção, por meio de educação digital e fortalecimento da segurança cibernética, seria mais eficaz a longo prazo.

Repercussões e críticas internacionais

A medida gerou repercussão imediata em organismos internacionais e entidades de defesa dos direitos humanos. O Human Rights Watch classificou a prática como “desumana e incompatível com os princípios do século XXI”. Já a Anistia Internacional pediu revisão urgente da lei, alegando que o sofrimento físico imposto a detentos não pode ser considerado justiça. Por outro lado, setores conservadores da sociedade singapurense afirmam que a rigidez do sistema penal é justamente o que garante baixos índices de criminalidade no país. Além disso, o Ministério da Justiça declarou que a punição serve de alerta para criminosos estrangeiros que operam em território local.

Combate aos crimes cibernéticos e medidas complementares

Além da punição física, a lei inclui mecanismos de bloqueio imediato de contas suspeitas, rastreamento de transferências e cooperação internacional com bancos estrangeiros. As autoridades ressaltam que a nova abordagem combina repressão e vigilância digital para reduzir as fraudes online. Contudo, analistas destacam que a efetividade da estratégia depende também de investimentos em tecnologia de segurança e de campanhas educativas para conscientizar os cidadãos. Ainda assim, o governo assegura que continuará monitorando os resultados e poderá rever a aplicação da pena caso os índices de golpe diminuam significativamente.

O debate entre tradição e modernidade

Singapura mantém uma longa tradição de punições severas, incluindo a pena de morte e castigos corporais em alguns crimes. O país é reconhecido por sua política de tolerância zero contra corrupção, vandalismo e tráfico de drogas. Entretanto, a adoção de métodos físicos em crimes digitais reacende discussões éticas e políticas sobre o papel do Estado na aplicação da justiça. No entanto, defensores da medida afirmam que, em uma era de fraudes globalizadas e danos virtuais bilionários, respostas simbólicas e contundentes são necessárias. Com isso, a nação asiática reforça sua postura de que a disciplina social e o medo da punição são pilares de segurança pública.

Perspectivas e possíveis mudanças futuras

O governo singapurense informou que avaliará os impactos da nova lei ao longo dos próximos doze meses. Caso os índices de fraude diminuam, o modelo poderá ser mantido e até expandido para outras categorias de crime. Porém, caso a medida provoque rejeição internacional ou não produza resultados concretos, ajustes poderão ser feitos. Além disso, uma comissão especial de revisão legal foi criada para analisar os efeitos psicológicos e sociais dessa forma de punição. Todavia, juristas acreditam que a medida, mesmo polêmica, reflete o pragmatismo de um país que valoriza a ordem pública acima de tendências externas.

Fonte: R7 – “Como funciona a punição com vara de cana a golpistas em Singapura” – https://noticias.r7.com/internacional/como-funciona-a-punicao-com-vara-de-cana-a-golpistas-em-singapura-10112025/

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